Por que falar de ócio?
[...] Diante do mundo de evasão, distração espetáculo que nos rodeia, o ser humano se torna cada vez mais limitado, cada vez mais dependente das máquinas, menos ator e mais espectador de uma realidade irreal. Falar de ócio se transforma neste contexto, num questionamento de cada um consigo mesmo, de como ser um pouco mais livre para fazer o que se quer. (...) a vivência de ócio é uma experiência que nos ajuda a nos realizar, nos conhecer, nos identificar, nos sentir melhores, sair da rotina, fantasiar e recuperar o equilíbrio das frustrações e desenganos.

(Cuenca, 2003, p. 32).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Para o trabalhador, viver significa não morrer?


O ser humano não vive apenas do trabalho, de certo precisamos do mesmo para termos horas de lazer, em que saímos totalmente da agitação de uma organização. No entanto, é o lugar onde passamos maior tempo, em média 8 horas por dias, e quando chegamos em casa, já não há tempo para pensar, criar ou resolver soluções. Será que o tempo que passamos sem fazer nada é perda de tempo?

Por séculos o trabalho foi considerado sinônimo de prazer e realização, além de uma fonte de sustento familiar. No entanto, levantamentos recentes mostram que os profissionais estão sofrendo – e muito – com doenças físicas e psicológicas causadas pelo próprio emprego.

No início da Revolução Industrial, na Inglaterra, quando as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas por dia e os operários não tinham qualquer direito ou prerrogativa. Para o trabalhador, viver significava não morrer.
De fato, o bem-estar e o trabalho são dois conceitos que, por muito tempo, foram tratados pelos estudiosos – e, sobretudo, pelos empresários – de maneira dissociada, como lembra Cristophe Dejours, autor do livro "A Loucura do Trabalho": "a insatisfação, embora implicitamente designada em numerosos trabalhos, foi, na verdade, bem pouco estudada [...] a maioria dos autores interessa-se mais pela questão da satisfação, da motivação, do que pela insatisfação".
Todavia, torna-se cada vez mais necessário que as empresas e profissionais lancem mão de ferramentas, métodos e teorias que proporcionem um direito implícito e um gerador potencial de produtividade e bons resultados: o bem-estar no trabalho.
O trabalho
As primeiras concepções acerca da divisão do trabalho já podem ser percebidas no pensamento dos filósofos antigos. "Platão defendia a formação da sociedade em três classes de trabalhadores: os filósofos (superiores), os guerreiros e, abaixo deles, os artesãos". Adam Smith (século XVIII) e Karl Marx (século XIX) atribuíram um conceito de valor econômico ao trabalho, uma fonte latente de riqueza material.
Apesar de serem perspectivas diferenciadas – e de muitos outros pensadores também terem participado desse debate histórico – compreende-se que o trabalho é um elemento que agrega valor à pessoa, lapida o seu caráter e constitui um capital vivo para a sociedade. Se a humanidade alcançou o patamar de desenvolvimento que vivenciamos hoje, isso se deve quase que unicamente ao trabalho – seja ele laboral, intelectual ou operacional – o tempo dedicado ao trabalho constitui um componente fundamental para a construção e o desenvolvimento do bem-estar pessoal e da felicidade.
Bem-estar: uma questão física e psicológica
Um levantamento recente realizado pela consultoria CPH Health com cerca de 194 mil profissionais revelou que 49,2% dessa amostra tem problemas com distresse (estresse prejudicial). Esse mal pode conduzir a um problema mais profundo, agressivo e complicado de tratar: a depressão. Tal fenômeno pode estar ligado diretamente ao sedentarismo, uma vez que 68% dos entrevistados não praticam atividades físicas e permanecem sentados durante a maior parte do dia.
                                                (informações: CPH Health/infográfico: João Faissal)
"As pessoas são pessoas por inteiro, e não divididas em corpo e mente". Essa afirmativa pode ser estendida para as demais dimensões da vida do colaborador, como a financeira e a familiar. Ou seja, o indivíduo é um só em casa, no escritório, no trânsito ou onde quer que ele esteja, e o desequilíbrio em qualquer uma dessas dimensões pode refletir nas demais. Assim, a empresa tem uma parcela de responsabilidade na manutenção do bem-estar de seus trabalhadores.
Recentemente, as condições de trabalho, pressão por produtividade, cargas horárias intensas e prolongadas e a alta demanda do mercado de eletrônicos levaram alguns operários ao suicídio na fábrica Foxconn, na China. Entre 2006 e 2007, num intervalo de quatro meses, três funcionários altamente qualificados da Renault cometeram suicídio por motivos semelhantes. Após o fato, o presidente da montadora anunciou revisão da carga de trabalho, da gestão das dificuldades encontradas e das condições das tarefas realizadas na fábrica onde ocorreram as mortes.
Viver, para o trabalhador, não é mais apenas permanecer vivo durante o expediente. O ato de trabalhar envolve uma série de fatores como qualidade de vida, preocupação social e bem-estar – além de outros que afetam diretamente a saúde do empregado – que podem, seguramente, beneficiar ou prejudicar a empresa. Atualmente, enxergar um colaborador como apenas um funcionário significa abrir mão de uma vantagem competitiva e de profissionais com potenciais talentos, que não hesitarão em migrar para um concorrente que ofereça melhores condições de 
trabalho.
Melhores informações consulte o site: http://www.administradores.com.br/


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Van Gogh. Descanso do trabalho


Vincent Willem van Gogh, nasceu na Holanda, no dia 30 de março de 1853.
Sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Charge do Frank ( A Notícia SC)


Feriado de carnaval...funcionários felizes?


Ambos, escravos operários e executivos gastadores podem esconder suas frustrações gastando seu rico dinheirinho – seja com cachaça no botequim da esquina ou com a champanhe francesa no restaurante da moda. Podem fingir não perceber que é através do salário e de todos os assim chamados direitos do trabalhador que o sistema capitalista compra suas vidas e seu silencio.
Vivemos num tempo onde o amor, o prazer, a felicidade e o ócio são todos pecados. O que importa é o trabalho. Cinco, seis, às vezes os sete dias da semana são dedicados ao trabalho. E muitos ainda se orgulham disso?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cuidado com a bebida


Um jovem marinheiro é levado pelas águas às terras de uma ilha habitada por canibais.
Visto que a tribo de canibais está faminta há um mês, o chefe anuncia que a vida do marinheiro será poupada se ele passar no teste das três tendas.
"Na primeira tenda", diz o chefe, "há uma jarra cheia de licor forte. Você deve bebê-lo todo."
"Na segunda tenda", continuou, "está um leão com dor de dente. Você deve tirar o dente dolorido dele."
"Na terceira tenda", arrematou, "está uma ninfomaníaca. Ela já exauriu dois maridos que estavam tentando suprir suas necessidades. Você deve satisfazê-la duas vezes!"
O marinheiro dá de ombros e entra na primeira tenda. Depois de cinco minutos de silêncio, ele cambaleia para fora e entra na segunda tenda. Há gritos e gemidos e, finalmente ele engatinha para fora, coberto de arranhões e contusões.


Levantando-se, ele olha ao redor e pergunta:
"Agora, onde está a tal garota com o dente dolorido?"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

É carnaval...relaxe




O homem não sabe mais o que fazer com o seu tempo livre e acaba competindo também no momento de prazer, quando poderia simplesmente relaxar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Tô com preguiça de fazer...copiei e colei do Osho


A arte do não fazer

Existem coisas que só acontecem, que não podem ser feitas. O fazer diz respeito a coisas muito banais, mundanas. Você pode fazer alguma coisa para ganhar dinheiro; pode fazer alguma coisa para ser poderoso, pode fazer alguma coisa para ter prestígio; mas não pode fazer nada quando o assunto é amor, gratidão, silêncio.

É importante entender que o "fazer" significa o mundo, e o não fazer significa aquilo que está além deste mundo — onde as coisas acontecem, onde só a maré o arrasta para a praia. Se você nadar, a coisa não acontece. Se você fizer algo, estará na verdade cooperando para que ela não aconteça; porque todo fazer é mundano.

Muito poucas pessoas chegam a conhecer o segredo do não fazer e a deixar que as coisas aconteçam. Se você almeja grandes coisas — coisas que estão além do pequeno alcance das mãos humanas, da mente humana, das capacidades humanas —, então você terá que aprender a arte do não fazer. Eu a chamo de meditação.

É um problema, porque no momento em que se dá nome a ela, as pessoas começam a se perguntar como "fazê-la". E você não pode dizer que elas estejam erradas, porque a própria palavra "meditação" cria a ideia de fazer. Elas têm o seu doutorado, têm milhões de outras coisas; quando ouvem a palavra "meditação", perguntam "Então me diga como fazer isso".

E a meditação significa basicamente o início do não fazer, relaxar, seguir a maré — ser apenas uma folha na brisa, ou uma nuvem se movendo no céu.

Nunca pergunte a uma nuvem: "Para onde você está indo?". Ela própria não sabe; ela não tem endereço, não tem destino. Se o vento mudar enquanto ela ia para o sul, ela começa a ir para o norte. A nuvem não diz ao vento: "Isso é absolutamente ilógico. Estávamos indo para o sul e agora estamos indo para o norte. Qual o sentido disso tudo?"

Não, ela simplesmente passa a ir para o norte, com tanta facilidade quanto ia para o sul. Para ela, sul, norte, leste, oeste, não faz nenhuma diferença. Apenas siga com o vento, sem nenhum desejo, sem nenhum objetivo, sem nenhum lugar para chegar; a nuvem só aprecia a jornada. A meditação faz de você uma nuvem de consciência. Não existe mais objetivo.

Osho, "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e Se Relacionar Sem Medo"


Não mente


Se a mente quer compreender a realidade, ela terá que sair para fora do passado e do futuro. Mesmo porque o passado já passou e o futuro não existe. Então não haverá mais mente. Daí a insistência de todos os grandes mestres do mundo: a porta da realidade é a não-mente .  Viva o agora.

Jonh Lennon no facebook



John Lennon fez parte da minha adolescência e juventude com sua arte e idéias geniais. Se estivesse vivo hoje, teria 72 anos, com certeza seria assíduo usuário da internet e um grande pensador de vanguarda. Protestaria no seu site e no facebook contra os ainda resistentes ditadores do planeta e contra as  guerras absurdas dos últimos anos. E também teria largado totalmente as drogas. Como ele mesmo já havia dito: ”Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo”. John era um cara muito brilhante, até como ser humano, para se limitar às drogas.
É sabido que John era um buscador espiritual, prova disso, quando junto dos Beatles visitou gurus na índia. Mas, logo percebeu  que não precisava de gurus ou líderes, pois já era líder de si mesmo. 
 
O texto abaixo é John Lennon

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer,só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação.

Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

 


Piada


Um camponês passa junto a uma lápide onde se lê:
“Aqui jaz um advogado, um homem honrado, um homem integro.”
O camponês exclama assustado:
“Virgem Santíssima! Enterraram três homens na mesma tumba!” 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

The Best of Brazilian Music – “Chorinho”


Osho, como resolver o problema com as drogas?


A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.







A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
A frase acima é do Barão de Itararé - Trata-se de um Jornalista e humorista brasileiro que adotou o pseudônimo de Barão de Itararé na Revolução de 30. Foi responsável por diversas publicações que criticavam a política usando o humor.

 

TELEVISÃO (1982) - TÚNEL DO TEMPO... Titãs

A Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Oi! Oi! Oi!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oi! Oi! Oi!...
O sorvete me deixou gripado
Pelo resto da vida
E agora toda noite
Quando deito
É boa noite, querida....
Oh! Cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura
Vê se me entende
Pelo menas uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala pra mãe!...
A mãe diz pra eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oi! Oi! Oi!
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
Oi! Oi! Oi!
É que a televisão
Me deixou burra
Muito burra demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...
Oh! Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala pra mãe!...
A mãe diz pra eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oi! Oi! Oi!
A luz do sol me incomoda
Então deixo
A cortina fechada
Oi! Oi! Oi!...
É que a televisão
Me deixou burra
Muito burra demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...
E eu digo:
Oh! Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala pra mãe...
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estou ouvindo: David Gilmour


Liberdade





Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,

Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais que isto

É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Estou curtindo: Crianças de Chernobyl


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A leitura transforma



"Pegar um livro e abri-lo guarda a possibilidade do facto estético. O que são as palavras dormindo num livro? O que são esses símbolos mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrimos? Simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se o lemos acontece algo especial, creio que muda a cada vez.”
* Jorge Luís Borges *

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quem trabalha não enriquece



“E agora, que estou livre de todas as obrigações oficiais, sinto-me atraído pela idéia de usar meu tempo e bom humor para, num desses dias, escrever um livro – ou antes, um livrinho, uma coisinha para os amigos e aqueles que partilham dos meus pontos de vista. O assunto não terá a menor importância. Será apenas um pretexto para que eu me isole a fim de gozar a felicidade de ter tempo de lazer. O importante mesmo será o tom, que deverá estar entre o solene e o íntimo, entre o sério e o brinquedo, um tom que não seja de instrução, mas de conversa amigável sobre várias coisas que aprendi...”
Hermann Hesse (O jogo das contas de vidro).

O texto acima está no prefácio do novo livro de Rubem Alves: “Variações sobre o prazer”. Quando eu estava lendo lembrei-me da máxima que diz: “quem trabalha não enriquece”.
A maioria dos assalariados não reflete sobre o motivo de uma empresa lhe pagar salário. Seria por caridade, altruísmo, generosidade? Longe disso: um empregado assalariado dedica nove, dez ou mais horas por dia para, simplesmente, enriquecer os donos ou acionistas da empresa para a qual trabalha. Passa, portanto, a maior parte de seu tempo dedicando seu suor, sua inteligência, sua experiência e seu networking para gerar riqueza para os outros.
Bem, no sistema capitalista quem tem riqueza põe essa riqueza para trabalhar e multiplicar seu capital, convidando aqueles que não têm capital para ajudá-lo nesse objetivo de multiplicar riquezas. Em troca, oferece parte da riqueza gerada, na forma de salário.
Não é por acaso que Marx compara a situação dos trabalhadores com a exploração do solo. O que ele via acontecendo ao seu redor era resultado  da submissão dos dois processos ao principio da acumulação máxima de capital.
Ou seja, tudo o que importa é pura e simplesmente o máximo da força de trabalho que pode ser utilizado em um dia de trabalho. E, alcança esse fim encurtando a extensão da vida do trabalhador, da mesma forma que um agricultor ganancioso obtém mais produtividade do solo ao roubar-lhe sua fertilidade. Ele simplesmente, está presumindo que o agricultor não apenas rouba o solo, mas também a si mesmo, ao deixar de repor algo em troca. O capitalismo puro diria que o agricultor desse exemplo será forçado a ver o erro das suas ações, pois, mais cedo ou mais tarde, as suas culturas começarão a falhar e o mercado imporá uma correção.
O problema é que como na grande escala de mercados mundiais os danos causados raramente estão tão intimamente ligados à sua causa, a tese da correção está descartada. Os mercados podem não funcionar de forma sustentável por diversas razões. A própria escala pode significar que não estamos cientes da quantidade da destruição
Você pode imaginar o tamanho de uma floresta amazônica?
Em 2005, a ONU afirmou que 13 milhões de hectares de florestas são perdidos todos os anos, mas o que isso significa para você ou para mim quando estamos em uma loja de móveis? Além disso, há problemas de a ligação entre causa e efeito ser ocultada pela distância: eu nunca estive em Mato Grosso e, mesmo que houvesse estado, seria difícil ver como a minha mesa nova em folha é resultado de algum impacto sobre a sua biodiversidade. Depois, o capitalismo tende a privatizar o capital natural para explorá-lo, enquanto os custos reais são internalizados como um problema para a sociedade em geral.

            Em resumo, o capitalismo faz um grande trabalho colhendo os lucros, mas, quando se trata de recuperar os danos, ele desaparece. Ao contrário do agricultor estúpido da história de Marx, o capitalismo global pode sempre seguir em frente. Pelo menos até que o planeta tenha se esgotado.
Baseado no livro: O Capital de Karl Marx – por Steve Shipside, “Uma interpretação moderna e prática”.