O ser humano não vive apenas do trabalho, de certo
precisamos do mesmo para termos horas de lazer, em que saímos totalmente da
agitação de uma organização. No entanto, é o lugar onde passamos maior tempo,
em média 8 horas por dias, e quando chegamos em casa, já não há tempo para
pensar, criar ou resolver soluções. Será que o tempo que passamos sem fazer
nada é perda de tempo?
Por séculos o trabalho foi considerado sinônimo de prazer e realização, além de uma fonte de sustento familiar. No entanto, levantamentos recentes mostram que os profissionais estão sofrendo – e muito – com doenças físicas e psicológicas causadas pelo próprio emprego.
No início da Revolução Industrial, na Inglaterra,
quando as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas por dia e os operários não
tinham qualquer direito ou prerrogativa. Para o trabalhador, viver significava
não morrer.
De fato, o bem-estar e o trabalho são dois
conceitos que, por muito tempo, foram tratados pelos estudiosos – e, sobretudo,
pelos empresários – de maneira dissociada, como lembra Cristophe Dejours, autor
do livro "A Loucura do Trabalho": "a insatisfação, embora
implicitamente designada em numerosos trabalhos, foi, na verdade, bem pouco
estudada [...] a maioria dos autores interessa-se mais pela questão da
satisfação, da motivação, do que pela insatisfação".
Todavia, torna-se cada vez
mais necessário que as empresas e profissionais lancem mão de ferramentas,
métodos e teorias que proporcionem um direito implícito e um gerador potencial
de produtividade e bons resultados: o bem-estar no trabalho.
O trabalho
As primeiras concepções acerca da divisão do
trabalho já podem ser percebidas no pensamento dos filósofos antigos.
"Platão defendia a formação da sociedade em três classes de trabalhadores:
os filósofos (superiores), os guerreiros e, abaixo deles, os artesãos". Adam
Smith (século XVIII) e Karl Marx (século XIX) atribuíram um conceito de valor
econômico ao trabalho, uma fonte latente de riqueza material.
Apesar de serem perspectivas diferenciadas – e de
muitos outros pensadores também terem participado desse debate histórico –
compreende-se que o trabalho é um elemento que agrega valor à pessoa, lapida o
seu caráter e constitui um capital vivo para a sociedade. Se a humanidade
alcançou o patamar de desenvolvimento que vivenciamos hoje, isso se deve quase que
unicamente ao trabalho – seja ele laboral, intelectual ou operacional – o tempo
dedicado ao trabalho constitui um componente fundamental para a construção e o
desenvolvimento do bem-estar pessoal e da felicidade.
Bem-estar: uma questão física e psicológica
Um levantamento recente
realizado pela consultoria CPH Health com cerca de 194 mil profissionais
revelou que 49,2% dessa amostra tem problemas com distresse (estresse
prejudicial). Esse mal pode conduzir a um problema mais profundo, agressivo e
complicado de tratar: a depressão. Tal fenômeno pode estar ligado diretamente
ao sedentarismo, uma vez que 68% dos entrevistados não praticam atividades
físicas e permanecem sentados durante a maior parte do dia.
(informações: CPH Health/infográfico: João
Faissal)
"As pessoas são pessoas por inteiro, e não
divididas em corpo e mente". Essa afirmativa pode ser estendida para as
demais dimensões da vida do colaborador, como a financeira e a familiar. Ou
seja, o indivíduo é um só em casa, no escritório, no trânsito ou onde quer que
ele esteja, e o desequilíbrio em qualquer uma dessas dimensões pode refletir
nas demais. Assim, a empresa tem uma parcela de responsabilidade na manutenção
do bem-estar de seus trabalhadores.
Recentemente, as condições de trabalho, pressão
por produtividade, cargas horárias intensas e prolongadas e a alta demanda do
mercado de eletrônicos levaram alguns operários ao suicídio na fábrica Foxconn,
na China. Entre 2006 e 2007, num intervalo de quatro meses, três funcionários
altamente qualificados da Renault cometeram suicídio por motivos semelhantes.
Após o fato, o presidente da montadora anunciou revisão da carga de trabalho,
da gestão das dificuldades encontradas e das condições das tarefas realizadas
na fábrica onde ocorreram as mortes.
Viver, para o trabalhador, não é mais apenas
permanecer vivo durante o expediente. O ato de trabalhar envolve uma série de
fatores como qualidade de vida, preocupação social e bem-estar – além de outros
que afetam diretamente a saúde do empregado – que podem, seguramente,
beneficiar ou prejudicar a empresa. Atualmente, enxergar um colaborador como
apenas um funcionário significa abrir mão de uma vantagem competitiva e de
profissionais com potenciais talentos, que não hesitarão em migrar para um
concorrente que ofereça melhores condições de
trabalho.
Melhores informações consulte o site: http://www.administradores.com.br/
trabalho.
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