Por que falar de ócio?
[...] Diante do mundo de evasão, distração espetáculo que nos rodeia, o ser humano se torna cada vez mais limitado, cada vez mais dependente das máquinas, menos ator e mais espectador de uma realidade irreal. Falar de ócio se transforma neste contexto, num questionamento de cada um consigo mesmo, de como ser um pouco mais livre para fazer o que se quer. (...) a vivência de ócio é uma experiência que nos ajuda a nos realizar, nos conhecer, nos identificar, nos sentir melhores, sair da rotina, fantasiar e recuperar o equilíbrio das frustrações e desenganos.

(Cuenca, 2003, p. 32).

sexta-feira, 23 de março de 2012

O político e o Mestre sufi


Ouvi sobre um político: ele foi a um Mestre, um Mestre Sufi, e disse: "Você me mandou meditar, orar, isso e aquilo, e eu faço essas coisas, mas nenhuma revelação jamais aconteceu".
O mestre o fitou e disse: "Vá lá fora e fique na rua por dez minutos". E estava chovendo forte.
O político perguntou: "Ficar na rua enquanto está chovendo tanto?"
O mestre respondeu: "Simplesmente vá e uma revelação surgirá".
E o político pensou: "Se vai acontecer uma revelação, então vale a pena tentar. Dez minutos na chuva não é um problema tão grande".
Ele ficou lá, e parecia estúpido, pois as pessoas estavam passando e pensavam: "O que nosso primeiro ministro está fazendo?"
Mas ele ficou com os olhos fechados, e abrindo-os repetidamente para olhar o relógio - dez minutos era um longo período, pois uma multidão se juntou e as pessoas começaram a rir. Elas estavam perplexas: "O que aconteceu com o primeiro ministro?"
E então ele correu para a casa e disse ao Mestre: "Não aconteceu nada! Você me enganou!"
O mestre disse: "Diga-me, como você se sentiu?"
Ele respondeu: "Senti-me como uma pessoa muito estúpida, absolutamente estúpida!"
O Mestre disse: "Esta é uma grande revelação! O que você acha? No período de apenas dez minutos saber que você é uma pessoa muito estúpida - você não acha isso uma grande revelação?"

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